Plano de negócios e gestão da Petrobras será avaliado na próxima semana, trazendo aumento de investimentos
Por Claudia Siqueira
A Petrobras irá encaminhar nesta quarta-feira (28/11) para a aprovação do Conselho de Administração seu Plano de Negócio e Gestão 2019-2023, que contemplará investimentos pouco acima do patamar de US$ 80 bilhões, ante os US$ 74,5 bilhões do PNG de 2018-2022. O plano já foi finalizado e será submetido nesta terça-feira (27/11) à análise dos comitês de Estratégia e Financeiro pela última vez para realização dos acertos finais antes do encaminhamento ao CA.
Internamente já era esperado que o PNG 2019-2023 fosse encaminhado para aprovação na última reunião de novembro do CA, mas a pauta só foi confirmada, segundo fontes, nesta semana. O plano vinha sendo discutido desde março/abril e durante esse período foi avaliado outras vezes pelos comitês internos e até mesmo pelo CA.
Embora a BE Petróleo tenha tido acesso ao patamar de investimentos e a data de aprovação, o detalhamento do PNG 2019-2023 vem sendo guardado a sete chaves. Do ponto de vista estratégico, a área de E&P continuará, como nas edições anteriores, tendo papel de destaque no plano. No entanto, nos próximos quatro anos, a questão da transição energética, com foco na baixa emissão de carbono, ganhará espaço especial nos planos da companhia, mostrando um ajuste de direção.
| Histórico do Investimento Real (US$ MM) | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 |
| E&P | 12.397 | 13.509 | 19.123 | 25.500 | 27.984 |
| Abastecimento | 1.284 | 1.168 | 2.533 | 7.882 | 14.459 |
| Gás & Energia | 1.127 | 717 | 793 | 2.571 | 2.757 |
| Internacional | 0 | 0 | 0 | 0 | 2.404 |
| Distribuição | 109 | 139 | 255 | 487 | 522 |
| Outros | 167 | 326 | 345 | 564 | 700 |
| Total | 15.084 | 15.859 | 23.048 | 37.004 | 48.826 |
Investimento real da Petrobras entre 2013-2017. Fonte: Petrobras
Sob esse enfoque, o gás natural ganhará maior relevância no PNG, sobretudo diante dos grandes volumes por serem produzidos no pré-sal. Além disso, fontes envolvidas no processo confirmaram que projetos de geração solar e eólica offshore também passarão a estar no radar da Petrobras nos próximos anos e que a venda de ativos seguirá tendo um papel importante na estratégia da companhia.
O PNG 2019-2023 começou a ser elaborado ainda na gestão de Pedro Parente, sendo finalizado apenas na gestão de Ivan Monteiro. A intenção original da Petrobras era de finalizar e divulgar o plano entre os meses de setembro e outubro, mas temendo eventuais problemas por conta das eleições, a diretoria da empresa optou por adiar o planejamento.
Segundo fontes do alto escalão da companhia, apesar da troca de governo e da mudança de comando na petroleira, em nenhum momento a Diretoria cogitou a possibilidade de adiar a elaboração do plano para 2019. Até meados desta semana, o PNG 2019-2023 não havia sido apresentado ao futuro presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Por se tratar de um plano elaborado em um período de transição de governo, diretoria e CA já projetam a necessidade de pequenos ajustes futuramente. A expectativa é de que dois a quatro meses após a sua posse, Roberto Castello Branco faça algumas alterações de rumo nas diretrizes.
Há dois anos, o PNG da Petrobras mantém investimentos girando no patamar de US$ 74 bilhões. Na edição de 2017-2021, os investimentos foram fixados em US$ 74,1 bilhões, ante o montante de US$ 98,4 bilhões de recursos próprios do período de 2015-2019.
A aprovação do PNG-2019-2023 promete ocupar grande parte da pauta da reunião do CA de quarta-feira. A reunião terá início na parte da manhã e só deverá ser finalizada na parte de noite.
Antes desta reunião, o CA fará uma pequena reunião extraordinária na terça-feira (27/11) para avaliar a questão da dívida com a Eletrobrás e analisar alguns novos projetos de desinvestimento que estão para ser finalizados.
Fonte: Revista Brasil Energia
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