A petrolífera da Venezuela, a PDVSA, não pode mais movimentar o dinheiro e os bens que tem investidos nos Estados Unidos. Isso porque o governo norte-americano emitiu decisão nesta segunda-feira (28) que bloqueia os ativos da empresa estatal venezuelana no país.

As sanções foram anunciadas pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e também proíbe que norte-americanos façam negócios com a PDVSA.

A decisão é mais uma medida de pressão dos EUA a Nicolás Maduro, que enfrenta uma crise política em seu país depois que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se declarou presidente interino.

Catálogo da Indústria Marítima

Os EUA, assim como diversos países, reconheceram Guaidó como presidente da Venezuela. Mas a chefia da PDVSA, controlada pelo governo da Venezuela, havia reiterado apoio a Maduro.

Venezuela é rica em reservas de petróleo sub-exploradas

"Os EUA vão continuar utilizando todas as ferramentas diplomáticas e econômicas para apoiar o presidente interino Juan Guaidó, a Assembleia Nacional, e os esforços do povo venezuelano para restaurar a democracia", disse Mnuchin.

A medida tende a pressionar mais ainda a economia da Venezuela, que depende fortemente das exportações de petróleo.

Há ainda expectativas dos efeitos dessa decisão sobre o preço do barril nos EUA, já que a Venezuela está entre os quatro maiores exportadores da commodity aos EUA. De todo o petróleo cru que os norte-americanos compram, 6% vem da Venezuela.

Em pronunciamento na noite desta segunda-feira, Maduro acusou o governo Trump de "roubar da Venezuela a Citgo" – uma subsidiária da PDVSA nos EUA. O chavista também afirmou que a estatal vai entrar com ações legais contra o governo norte-americano para "proteger a estatal".

Guaidó ignora Maduro e quer nomeações

Juan Guaidó, declarado presidente interino da Venezuela na quarta-feira (23), disse em comunicado que ordenou a Assembleia Nacional a nomear novos diretores para a PDVSA e para a Citgo.

A decisão de Guaidó ignora a posição do presidente da PDVSA, Manuel Quevedo – que é militar e também comanda o Ministério do Petróleo do governo chavista. Na quarta-feira passada, logo após o oposicionista se declarar presidente, Quevedo reiterou o apoio a Nicolás Maduro.

Casa Branca volta a pedir apoio de militares venezuelanos

A Casa Branca pediu nesta segunda-feira para que as forças armadas e de segurança da Venezuela apoiem Juan Guaidó como presidente interino do país e informou que já houve "contatos significativos" entre generais venezuelanos e representantes da Assembleia Nacional (Parlamento).

"Pedimos para que os militares e forças de segurança venezuelanas aceitem a transição de poder pacífica, democrática e constitucional", disse John Bolton, assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump.

"A nossa análise, nos baseando em vários contatos, é que os militares venezuelanos de menor patente são profundamente conscientes das desesperadas condições econômicas no país e estão buscando formas de apoiar o governo da Assembleia Nacional", explicou Bolton.

O assessor de Trump opinou que esse sentimento é compartilhado pelos "oficiais de categoria média" e garantiu que a Casa Branca está "a par de contatos significativos entre oficiais e simpatizantes da Assembleia Nacional".

"Portanto, quando o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, fez na semana passada essa declaração (de apoio ao presidente Nicolás Maduro), rodeado por muitos generais uniformizados, não sabiam quantos deles já estavam falando com a Assembleia Nacional", ressaltou.

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