A China indicou ontem que adotará mais medidas de estímulo no curto prazo, já que a guerra tarifária com os EUA teve um alto custo para seu comércio e ampliou o risco de uma desaceleração mais brusca da economia.

A segunda maior economia do mundo se dará como meta conseguir "um bom começo" no primeiro trimestre, declarou a Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma (NDRC), indicando que o governo está pronto para se contrapor à pressão crescente. Funcionários do Banco Central e do Ministério das Finanças deram declarações na mesma linha.

Fortes contrações nas atividades comerciais e manufatureira chinesas em dezembro provocaram especulações sobre se Pequim precisa aplicar medidas de estímulo mais fortes, mas a maioria dos analistas acredita que o governo tem receio de que tais medidas possam elevar os riscos de endividamento e enfraquecer o yuan.

Dados de ontem mostraram que o crescimento do crédito se mantém obstinadamente fraco, com vários indicadores-chave flutuando em torno de mínimas históricas, apesar dos meses de política de relaxamento.

"Medidas adicionais de estímulo econômico serão necessárias. As autoridades parecem estar demorando para concretizar isso, talvez reprimidas pelos excessos de seus estímulos durante a crise financeira" disseram economistas do ING. "O eventual pacote pode ser bastante substancial."

Analistas acreditam que a China poderia oferecer o equivalente a 2 trilhões de yuans (US$ 296,21 bilhões) em cortes de impostos e taxas, e autorizar governos locais a emitir outros 2 trilhões de yuans em títulos especiais muito usados para financiar projetos-chave.

A maioria, no entanto, acredita que os novos estímulos vão levar meses para começar a se propagar pela segunda maior economia do mundo, e não espera uma reversão na tendência até o segundo ou terceiro trimestre do ano.

O crescimento da China se desacelerou em 2018, como reflexo de uma campanha para reduzir a montanha da dívida e a repressão a práticas mais arriscadas de empréstimos. A escalada na guerra tarifária com os EUA prejudicou as exportações e pegou a economia num momento de fragilidade.

Entre as medidas já adotadas, a China reduziu o nível de reservas que os bancos comerciais precisam manter pela quinta vez em um ano para estimular o crédito. Pequim também cortou impostos e taxas, e intensificou o investimento em infraestrutura para dar suporte à economia.

Este ano a China vai ampliar as despesas fiscais e implementar cortes maiores de impostos e taxas. Os cortes vão se concentrar em reduzir a carga para pequenas empresas e fabricantes, informou o Ministério das Finanças em uma declaração ontem.

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